É um posicionamento interessantíssimo o dos sofistas frente à “verdade” ou ao “verdadeiro conhecimento”: O que é a verdade? Tanto faz.
É uma posição tanto de indiferença diante da verdade, quanto de criador ativo da verdade, uma vez que não há verdades absolutas e universais.
Protágoras, um sofista, é autor de uma famosa frase: “O homem é a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são”. Ou seja, percebemos as coisas como somos capazes de percebe-las. Não captamos verdades existentes, antes as criamos nós mesmos.
Górgias, outro sofista de que temos notícia, á autor de uma belíssima frase sobre a impossibilidade do conhecimento verdadeiro: “Nada existe que possa ser conhecido, se pudesse ser conhecido não poderia ser comunicado, se pudesse ser comunicado não poderia ser compreendido”.
O conhecimento é apenas uma fantasia. Percebo as coisas apenas como posso percebê-las. Não capto verdades absolutas existentes no mundo, interpreto o mundo à minha maneira e invento verdades para ele. Assim “nada existe que possa ser conhecido”. Ainda que pudesse ser conhecido, a linguagem é limitada e não poderia comunicar um “conhecimento” em sua plenitude. Por fim, supondo que fosse possível comunicar o tal conhecimento pela linguagem, não poderia ser compreendido em sua plenitude. Ninguém seria capaz de compreender com total exatidão a informação que recebesse, pois faria uma interpretação própria e assim, o conhecimento verdadeiro, caso houvesse algum, logo se transformaria em outro.
1 comment:
Belo comentário sobre os grandes gregos.
"Não há nada do que vivemos hoje que um sabio grego não dissera outrora", desculpa, não achei a frse certa, que acredito ser de Drummond.
Vlw pelo conhecimento ainda uma vez apresentado a nós Diogo!!
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